Nome: Thoth-Amon.
Alcunhas: Thoth-Amon do Anel;
Feiticeiro do Anel Negro de Set; Mestre do Anel Negro; Lorde do Anel Negro.
Classe: Feiticeiro.
Religião: Seguidor de Set.
Locais de morada: Memphia
(durante a juventude) e Keshatha – A Cidade dos Magos (atualmente) – ambas na
Estígia.
Status: Antigo Conselheiro do Rei
da Estígia; Líder do Anel Negro da Estígia.
Descrição: Bem mais alto do que a maioria dos homens, esguio e com a pele
bronzeada revelando seu sangue Estígio, olhos vermelhos como vampiro e em
alguns casos verdes e reptilianos.
Qualidades e Defeitos: Corajoso, estrategista,
orgulhoso, forte fisicamente, dotado de inteligência genial e vontade de ferro,
circunspecto, egocêntrico, sádico, luxurioso, vingativo, cruel, monomaníaco por
poder.
Idade: Centenas de anos
(desconhecida exatamente).
Poderes: Invocar criaturas,
espíritos e demônios; Hipnotismo; Alterar clima; Teleporte; Levitação; Animar
objetos; Transferência de mente para criaturas menores; Capaz de atirar rajadas
energéticas pelas mãos; Toque mortal e muitos outros, sempre relacionados a
feitiçaria.
Artefatos importantes: Anel da
Serpente de Set; Coroa da Cobra.
Durante sua
vida, Conan teve diversos inimigos, entre indivíduos, ordens, guildas, seitas,
reinos, monstros e demônios. Porém, o mais famoso entre eles foi Thoth-Amon do
Anel.
Thoth-Amon teve
sua primeira aparição no conto de estréia de Conan, escrito por Robert E.
Howard, “A fênix na espada” (The phoenix on the sword), publicada na revista
Weird Tales, em dezembro de 1932.
Neste conto,
Thoth-Amon foi escravizado por um Aquilônio chamado Ascalante, o qual planejava matar o Rei Conan durante um ataque noturno em seu castelo. No início do conto, Thoth está sem seu
artefato mágico mais poderoso, O Anel da Serpente de Set (The Serpent Ring of
Set) e sem poderes para se livrar de seu algoz.
“Escute, meu
Lorde. Eu fui um grande feiticeiro no sul. Homens falam de Thoth-Amon como falam
de Rammon. O Rei Ctesphon da Estígia me deu grande honra, rebaixando os magos
do alto para me exaltar acima deles. Eles me odeiam, mas me temem, por eu
controlar seres exteriores, os quais atendem ao meu chamado e aceitam minha
oferta.
Por Set, meus
inimigos não sabiam a hora em que poderiam acordar no meio da noite sentindo
dedos com garras pertencentes a um horror inominável em suas gargantas!
Eu fiz magias
negras e terríveis com o Anel da Serpente de Set, o qual encontrei em uma tumba
escura abaixo da terra, esquecida antes do primeiro homem rastejar para fora do
lodo do oceano.”
Robert E. Howard – The Phoenix on
the sword.
Ao
recuperar o anel (descrito como um anel fantástico, feito com um metal parecido
com bronze, na forma de uma serpente com escamas, enrolada em três voltas, com
sua cauda dentro de sua boca e com olhos de pedras preciosas amarelas dotadas
de um brilho sinistro), Thoth assassina Ascalante e invoca um demônio com
aparência de gorila para dar fim aos aliados de seu captor. No momento em que
os conspiradores atacam Conan, o demônio surge para enfrentá-los e é morto pelo
Cimério, o qual portava uma espada abençoada por Mithra.
Outro
conto em que Thoth-Amon antagoniza Conan, mesmo que indiretamente, é “O Deus no
cesto” (The god in the basket), no qual o Cimério invade um local para praticar um
roubo e se encontra em um cenário onde um homem foi morto em circunstâncias
misteriosas, após examinar um cesto enviado a ele por Thoth-Amon da Estígia.
Em
“A hora do dragão” (The hour of the dragon) os caminhos de Thoth-Amon e Conan se
cruzam indiretamente, com as ações do Cimério influenciando os objetivos do
feiticeiro.
De
fato, Robert E. Howard não escreveu nenhum conto onde ambos personagens se
encontram cara a cara, tendo apenas esses três textos como referência da rixa
entre eles.
Autores
como L. Sprague de Camp, Lin Carter e Roy Thomas, que posteriormente escreveram
histórias sobre Conan, são os responsáveis por fazer de Thoth-Amon
o grande nêmesis do Cimério. Barry Windsor-Smith com seus traços foi quem
desenvolveu e definiu a aparência mais conhecida do feiticeiro Estígio com os
ornamentos de chifres em sua cabeça.
Apesar
de Robert E. Howard não ter definido uma origem para Thoth-Amon, a Dark Horse
Comics ousou criar uma Graphic Novel chamada “O livro de Thoth” (The Book of
Thoth) onde a história desse antagonista foi nos passada sobre quando ele ainda
era apenas um jovem ladrão na Estígia.
Antes
chamado apenas de Thoth, este vilão nasceu em um ambiente de miséria na cidade
de Memphia na Estígia, onde seu pai alcoólatra o obrigava a mendigar e roubar.
Em
sua solidão, ele apenas era gentil com sua irmã, a qual prometeu retirar da
pobreza e dar uma vida alegre e vivaz. Um dia, um de seus amigos chamado Amon avisou um alto sacerdote de Íbis (um deus Estígio, rival de Set) sobre um
atentado contra sua vida e o clérigo
ofereceu a Amon a chance de se tornar um acólito em seu templo.
Quando
Amon contou a Thoth sobre sua sorte, Thoth esmagou sua cabeça com uma pedra e se
passou por Amon, entrando no Templo de Íbis, adquirindo muito conhecimento e
aprendizado.
Em
sua sede por poder, querendo mais por conta de sua ganância e luxúria
insaciáveis, Thoth procurou por conhecimento nas artes negras da magia, em
pergaminhos esquecidos e obscuros ,onde aprendeu sobre o reino de Acheron, o
qual caiu durante o Cataclismo que afundou Atlântida e destruiu Mú e Lemúria,
reinos esplendorosos que existiram antes da Era Hiboriana.
Indo
até o sítio arqueológico de Acheron, Thoth foi testado por Set, onde morreu (ou
quase morreu), mas foi ressuscitado pelo Anel Negro de Set. Ele retornou ao
Templo de Íbis, secretamente adorando ao deus Set, conduzindo sacrifícios e
preparando terríveis armadilhas para seus companheiros. Quando foi descoberto
por seu mentor, Thoth o venceu em uma batalha arcana e elevou seu posto de forma
rápida no culto, principalmente por suas habilidades políticas, mas também por
assassinar aqueles que estavam em seu caminho.
Ao
conhecer um jovem chamado Ctesphon, o qual estava na linha de sucessão real da
Estígia, Thoth passou a assassinar os familiares e tornar-se amistoso a Ctesphon
para angariar sua confiança. Com isso, quando o jovem foi coroado Rei da
Estígia, Toth foi nomeado Conselheiro do Rei e passou a se chamar Thoth-Amon.
Com
o tempo o feiticeiro foi fortalecendo o culto a Set até que os acólitos de Íbis
tentaram assassiná-lo, mas falharam e todos morreram, exceto por um
sacerdote de Íbis chamado Kalanthes.
Thoth-Amon
usou essa situação para declarar o culto a Íbis como herético e levar a Estígia
a adorar Set. Kalanthes foi capturado e sentenciado a crucificação, mas acabou
resgatado por rebeldes.
Enfim,
com a mente do Rei destruída pela feitiçaria e a nação prestando adoração a Set,
Thoth-Amon teve a chance de clamar o poder proibido de Acheron. Ele queria as mais negras magias à sua
disposição, mas conseguiu apenas libertar monstros e espíritos malignos. Thoth
combateu os espíritos demoníacos buscando controlá-los, até Kalanthes e seus
aliados se juntarem para enfrentar os monstros de Acheron. Kalanthes então, convenceu Thoth-Amon de que ele nunca poderia controlar Acheron e o portal foi
fechado.
Thoth-Amon
é o líder do Cabal chamado Anel Negro, um grupo de feiticeiros que foi fundado
em tempos imemoriais, tendo como membros os principais feiticeiros das artes arcanas negras, proibidas e necromânticas, com base na Estígia, sendo capaz de
invocar os filhos de Set, também chamados Homens-Serpentes, para auxiliá-lo.
Este
feiticeiro tem muitos rituais e magias negras à sua disposição e é capaz de
criar tramas elaboradas, assim como seu deus Set. Ele ataca seus inimigos à
distância, usando táticas e tomando vantagem de suas fraquezas. Thoth gosta de
corromper aliados de seus alvos para usá-los contra eles, sendo um mestre
estrategista capaz de montar inúmeras armadilhas, fazendo juz à sua reputação
de ser o feiticeiro mais poderoso da Era Hiboriana.
Robert
E. Howard pode não ter imaginado em sua época o quão famoso e importante Thoth-Amon se
tornaria na mitologia da Era Hiboriana, tanto que não o utilizou de forma
recorrente.
Talvez
a vontade de Set hipnotizou a todos com seus olhos de serpente, influenciando
os autores a engrandecer Thoth-Amon e a nós pobres mortais, a respeitá-lo e
temê-lo.