17.1.16

Cronologia da vida de Conan, o Cimério - Primeira publicação

As histórias que conhecemos sobre a vida de Conan, não nos foram contadas em ordem cronológica.

Robert E. Howard dizia que elas apareciam em sua mente, como se o próprio Conan tivesse lhe contado e que fazia mais sentido a apresentação delas como se fossem de alguém que contasse passagens de sua vida sem se importar com a ordem dos eventos.


Foi assim quando o próprio Howard escreveu a primeira história de Conan, chamada "A Fênix na Espada" (The Phoenix on the Sword), que na verdade foi uma adaptação de uma história do Howard sobre o Rei Kull da Valusia chamada "Com este machado, eu governo (By this axe i rule), a qual foi rejeitada por editores (mas isso será abordado em outro post).


Nessa primeira história, Conan já é apresentado como Rei da poderosa e orgulhosa Aquilonia, sendo que nas histórias posteriores, a vida de Conan é abordada em eventos anteriores, quando ele era ladrão, mercenário, pirata e etc.


A Mythos Editora, quando lançou a revista Conan - o Cimério, tentou lançar as histórias em ordem cronológica, diferente de outras publicações sobre o bárbaro, como a Espada Selvagem de Conan ou os contos publicados por Howard na Weird Tales ( uma revista pulp americana na qual Robert escreveu vários de seus contos).

Mas nesse post trazemos páginas publicadas na revista Conan Rei, em suas primeiras edições, com o intuito desse material lançar uma luz na ordem dos eventos publicados sobre o Cimério, sendo que existem outros materiais sobre o assunto.

Que voces desfrutem de tal material e conhecimento por Crom, Morrigan e Macha. E que os indignos sejam levados para Arallu.













26.10.14

Antagonistas de Conan, O Cimério: Thoth-Amon.



Nome: Thoth-Amon.

Alcunhas: Thoth-Amon do Anel; Feiticeiro do Anel Negro de Set; Mestre do Anel Negro; Lorde do Anel Negro.

Classe: Feiticeiro.

Religião: Seguidor de Set.

Locais de morada: Memphia (durante a juventude) e Keshatha – A Cidade dos Magos (atualmente) – ambas na Estígia.

Status: Antigo Conselheiro do Rei da Estígia; Líder do Anel Negro da Estígia.

Descrição: Bem mais alto  do que a maioria dos homens, esguio e com a pele bronzeada revelando seu sangue Estígio, olhos vermelhos como vampiro e em alguns casos verdes e reptilianos.

Qualidades e Defeitos: Corajoso, estrategista, orgulhoso, forte fisicamente, dotado de inteligência genial e vontade de ferro, circunspecto, egocêntrico, sádico, luxurioso, vingativo, cruel, monomaníaco por poder.

Idade: Centenas de anos (desconhecida exatamente).

Poderes: Invocar criaturas, espíritos e demônios; Hipnotismo; Alterar clima; Teleporte; Levitação; Animar objetos; Transferência de mente para criaturas menores; Capaz de atirar rajadas energéticas pelas mãos; Toque mortal e muitos outros, sempre relacionados a feitiçaria.

Artefatos importantes: Anel da Serpente de Set; Coroa da Cobra.
 



Durante sua vida, Conan teve diversos inimigos, entre indivíduos, ordens, guildas, seitas, reinos, monstros e demônios. Porém, o mais famoso entre eles foi Thoth-Amon do Anel.

Thoth-Amon teve sua primeira aparição no conto de estréia de Conan, escrito por Robert E. Howard, “A fênix na espada” (The phoenix on the sword), publicada na revista Weird Tales, em dezembro de 1932.

Neste conto, Thoth-Amon foi escravizado por um Aquilônio chamado Ascalante, o qual planejava matar o Rei Conan durante um ataque noturno em seu castelo. No início do conto, Thoth está sem seu artefato mágico mais poderoso, O Anel da Serpente de Set (The Serpent Ring of Set) e sem poderes para se livrar de seu algoz.

“Escute, meu Lorde. Eu fui um grande feiticeiro no sul. Homens falam de Thoth-Amon como falam de Rammon. O Rei Ctesphon da Estígia me deu grande honra, rebaixando os magos do alto para me exaltar acima deles. Eles me odeiam, mas me temem, por eu controlar seres exteriores, os quais atendem ao meu chamado e aceitam minha oferta.
            Por Set, meus inimigos não sabiam a hora em que poderiam acordar no meio da noite sentindo dedos com garras pertencentes a um horror inominável em suas gargantas!
 Eu fiz magias negras e terríveis com o Anel da Serpente de Set, o qual encontrei em uma tumba escura abaixo da terra, esquecida antes do primeiro homem rastejar para fora do lodo do oceano.”

Robert E. Howard – The Phoenix on the sword.


         Ao recuperar o anel (descrito como um anel fantástico, feito com um metal parecido com bronze, na forma de uma serpente com escamas, enrolada em três voltas, com sua cauda dentro de sua boca e com olhos de pedras preciosas amarelas dotadas de um brilho sinistro), Thoth assassina Ascalante e invoca um demônio com aparência de gorila para dar fim aos aliados de seu captor. No momento em que os conspiradores atacam Conan, o demônio surge para enfrentá-los e é morto pelo Cimério, o qual portava uma espada abençoada por Mithra.



            Outro conto em que Thoth-Amon antagoniza Conan, mesmo que indiretamente, é “O Deus no cesto” (The god in the basket), no qual o Cimério invade um local para praticar um roubo e se encontra em um cenário onde um homem foi morto em circunstâncias misteriosas, após examinar um cesto enviado a ele por Thoth-Amon da Estígia.

            Em “A hora do dragão” (The hour of the dragon) os caminhos de Thoth-Amon e Conan se cruzam indiretamente, com as ações do Cimério influenciando os objetivos do feiticeiro.

            De fato, Robert E. Howard não escreveu nenhum conto onde ambos personagens se encontram cara a cara, tendo apenas esses três textos como referência da rixa entre eles.

            Autores como L. Sprague de Camp, Lin Carter e Roy Thomas, que posteriormente escreveram histórias sobre Conan, são os responsáveis por fazer de Thoth-Amon o grande nêmesis do Cimério. Barry Windsor-Smith com seus traços foi quem desenvolveu e definiu a aparência mais conhecida do feiticeiro Estígio com os ornamentos de chifres em sua cabeça.



            Apesar de Robert E. Howard não ter definido uma origem para Thoth-Amon, a Dark Horse Comics ousou criar uma Graphic Novel chamada “O livro de Thoth” (The Book of Thoth) onde a história desse antagonista foi nos passada sobre quando ele ainda era apenas um jovem ladrão na Estígia.

            Antes chamado apenas de Thoth, este vilão nasceu em um ambiente de miséria na cidade de Memphia na Estígia, onde seu pai alcoólatra o obrigava a mendigar e roubar.

            Em sua solidão, ele apenas era gentil com sua irmã, a qual prometeu retirar da pobreza e dar uma vida alegre e vivaz. Um dia, um de seus amigos chamado Amon avisou um alto sacerdote de Íbis (um deus Estígio, rival de Set) sobre um atentado contra sua vida e o  clérigo ofereceu a Amon a chance de se tornar um acólito em seu templo.

            Quando Amon contou a Thoth sobre sua sorte, Thoth esmagou sua cabeça com uma pedra e se passou por Amon, entrando no Templo de Íbis, adquirindo muito conhecimento e aprendizado.

            Em sua sede por poder, querendo mais por conta de sua ganância e luxúria insaciáveis, Thoth procurou por conhecimento nas artes negras da magia, em pergaminhos esquecidos e obscuros ,onde aprendeu sobre o reino de Acheron, o qual caiu durante o Cataclismo que afundou Atlântida e destruiu Mú e Lemúria, reinos esplendorosos que existiram antes da Era Hiboriana.

            Indo até o sítio arqueológico de Acheron, Thoth foi testado por Set, onde morreu (ou quase morreu), mas foi ressuscitado pelo Anel Negro de Set. Ele retornou ao Templo de Íbis, secretamente adorando ao deus Set, conduzindo sacrifícios e preparando terríveis armadilhas para seus companheiros. Quando foi descoberto por seu mentor, Thoth o venceu em uma batalha arcana e elevou seu posto de forma rápida no culto, principalmente por suas habilidades políticas, mas também por assassinar aqueles que estavam em seu caminho.

            Ao conhecer um jovem chamado Ctesphon, o qual estava na linha de sucessão real da Estígia, Thoth passou a assassinar os familiares e tornar-se amistoso a Ctesphon para angariar sua confiança. Com isso, quando o jovem foi coroado Rei da Estígia, Toth foi nomeado Conselheiro do Rei e passou a se chamar Thoth-Amon.

            Com o tempo o feiticeiro foi fortalecendo o culto a Set até que os acólitos de Íbis tentaram assassiná-lo, mas falharam e todos morreram, exceto por um sacerdote de Íbis chamado Kalanthes.

            Thoth-Amon usou essa situação para declarar o culto a Íbis como herético e levar a Estígia a adorar Set. Kalanthes foi capturado e sentenciado a crucificação, mas acabou resgatado por rebeldes.

            Enfim, com a mente do Rei destruída pela feitiçaria e a nação prestando adoração a Set, Thoth-Amon teve a chance de clamar o poder proibido de Acheron.  Ele queria as mais negras magias à sua disposição, mas conseguiu apenas libertar monstros e espíritos malignos. Thoth combateu os espíritos demoníacos buscando controlá-los, até Kalanthes e seus aliados se juntarem para enfrentar os monstros de Acheron. Kalanthes então, convenceu Thoth-Amon de que ele nunca poderia controlar Acheron e o portal foi fechado.           


            Thoth-Amon é o líder do Cabal chamado Anel Negro, um grupo de feiticeiros que foi fundado em tempos imemoriais, tendo como membros os principais feiticeiros das artes arcanas negras, proibidas e necromânticas, com base na Estígia, sendo capaz de invocar os filhos de Set, também chamados Homens-Serpentes, para auxiliá-lo.


            Este feiticeiro tem muitos rituais e magias negras à sua disposição e é capaz de criar tramas elaboradas, assim como seu deus Set. Ele ataca seus inimigos à distância, usando táticas e tomando vantagem de suas fraquezas. Thoth gosta de corromper aliados de seus alvos para usá-los contra eles, sendo um mestre estrategista capaz de montar inúmeras armadilhas, fazendo juz à sua reputação de ser o feiticeiro mais poderoso da Era Hiboriana. 
  
            Robert E. Howard pode não ter imaginado em sua época o quão famoso e importante Thoth-Amon se tornaria na mitologia da Era Hiboriana, tanto que não o utilizou de forma recorrente. 
            Talvez a vontade de Set hipnotizou a todos com seus olhos de serpente, influenciando os autores a engrandecer Thoth-Amon e a nós pobres mortais, a respeitá-lo e temê-lo.